quinta-feira, 9 de abril de 2020









Soneto da Saudade

Quando a palavra adeus surge do nada
Faz acordar dos sonhos os amantes,
Transpassa o coração feito uma espada
E nada fica igual como era antes...

Faz a ilusão de uma alma apaixonada
Tornar-se uma lembrança tão distante
E a noite outrora calma enluarada
Agora é só chuvosa e trovejante...

Quando a palavra adeus ecoa livre
Quem ama de verdade já não vive
O fogo da paixão inconsequente...

Vive o tormento algoz da realidade
Frente ao mar infinito da saudade
Onde irá se perder eternamente!

Ciro di Verbena

segunda-feira, 24 de junho de 2019



Livre

Não quero a insensatez por companheira
Nem a virtude hostil da realidade,
Quero viver feliz a vida inteira
E que a força do amor nunca se acabe...

Que a magia do olhar seja a primeira,
A consolar de vez minha saudade
E que eu possa sorrir quando eu não queira
Pois que o dom de ser triste não me cabe!

Eu quero a sensação de estar sonhando,
Arroubos de paixões que nunca tive;
Viver a vida, pouco importa o quando...

Quero a jornada calma de quem vive
Qual pássaro de luz no céu voando
Quero minha alma para sempre livre! ...

segunda-feira, 10 de junho de 2019


Aceitação...



Não quero ter em mim o medo intenso
De viver... Sou muito mais que tudo
Que apavora  e que me deixa mudo
E envolve o que desejo e penso...

Não quero emudecer meu grito
De poeta... É livre o pensamento
E a força do meu sentimento
É bem maior que as portas do infinito...

Quero antes banhar-me nos meus versos,
Nos gritos de amor que andam dispersos,
Das dores dos casais incompreendidos...

E assim saber-me sempre apaixonado
Ver a vida a pulsar ao som de um fado
E partir bem feliz por ter vivido!

segunda-feira, 29 de agosto de 2016

A esse amor que é só meu...



A esse amor que é só meu, rendo esta prece,
De exultação e reconhecimento,
Não por louvor, mas, por merecimento
Pelo prazer de amar que me envaidece...

Envaidecido assim, o amor me aquece,
E dou-me sem pudor nesse momento
Como se o tempo enfim, com gestos lentos
Fosse um abraço forte que agradece...

A esse amor dou-me inteiro, simplesmente,
Posto que ao coração dentro da gente
Basta o pulsar latente de um desejo...

Nesse amor que é só meu, ensandecido,
Meu coração palpita agradecido
A se fartar de vida nos teus beijos!

sexta-feira, 24 de junho de 2016














Soneto da Saudade

Quando a palavra adeus surge do nada
Faz acordar dos sonhos os amantes,
Transpassa o coração feito uma espada
E nada fica igual como era antes...

Faz a ilusão de uma alma apaixonada
Tornar-se uma lembrança tão distante
E a noite outrora calma enluarada
Agora é só chuvosa e trovejante...

Quando a palavra adeus ecoa livre
Quem ama de verdade já não vive
O fogo da paixão inconsequente...

Vive o tormento algoz da realidade
Frente ao mar infinito da saudade
Onde irá se perder eternamente!

Ciro di Verbena

domingo, 24 de janeiro de 2010

Dois Lados em Conflito...



Eu tenho em mim dois lados em conflito;
Um lado explode em lágrimas sentidas,
Incontroláveis ecos do meu grito
Nos frios labirintos desta vida...

Outro lado de mim é um "deus" aflito;
Tem a imagem nos astros refletida,
O olhar triste perdido no infinito,
E emoções inexatas, divididas!...

Um lado abraça a compaixão da lua;
Vai pela noite, livre, sem destino,
Qual branca nuvem que no Céu flutua!...


É pena que em meus olhos cristalinos
Mora o lado sem cor de uma alma nua
E nem posso sonhar como os meninos!...
Ciro di Verbena

Apaguem-se as Estrelas...




Eu quero o amor devasso e pervertido,
O amor transcendental dos insensatos,
Aquele que nos leva ao suicídio
E como luz nos faz viver de fato!

Eu quero o amor loucura e sem sentido,
Senhor absoluto dos meus atos,
Amar-te ignorando o proibido
E transmutar em nós todos os átomos...

Que em cada beijo teu, nasça uma estrela;
Enquanto em minha vida eu puder tê-la,
Acendam-se mil astros reluzentes...

E quando eu te perder, faça-se o inverso:
Apaguem-se as estrelas do universo
Se eu não puder te amar completamente
.

Ciro di Verbena