quinta-feira, 9 de abril de 2020









Soneto da Saudade

Quando a palavra adeus surge do nada
Faz acordar dos sonhos os amantes,
Transpassa o coração feito uma espada
E nada fica igual como era antes...

Faz a ilusão de uma alma apaixonada
Tornar-se uma lembrança tão distante
E a noite outrora calma enluarada
Agora é só chuvosa e trovejante...

Quando a palavra adeus ecoa livre
Quem ama de verdade já não vive
O fogo da paixão inconsequente...

Vive o tormento algoz da realidade
Frente ao mar infinito da saudade
Onde irá se perder eternamente!

Ciro di Verbena