skip to main |
skip to sidebar
A esse amor que é só meu, rendo esta prece,
De exultação e reconhecimento,
Não por louvor, mas, por merecimento
Pelo prazer de amar que me envaidece...
Envaidecido assim, o amor me aquece,
E dou-me sem pudor nesse momento
Como se o tempo enfim, com gestos lentos
Fosse um abraço forte que agradece...
A esse amor dou-me inteiro, simplesmente,
Posto que ao coração dentro da gente
Basta o pulsar latente de um desejo...
Nesse amor que é só meu, ensandecido,
Meu coração palpita agradecido
A se fartar de vida nos teus beijos!
Soneto da Saudade
Quando a palavra adeus surge do nada
Faz acordar dos sonhos os amantes,
Transpassa o coração feito uma espada
E nada fica igual como era antes...
Faz a ilusão de uma alma apaixonada
Tornar-se uma lembrança tão distante
E a noite outrora calma enluarada
Agora é só chuvosa e trovejante...
Quando a palavra adeus ecoa livre
Quem ama de verdade já não vive
O fogo da paixão inconsequente...
Vive o tormento algoz da realidade
Frente ao mar infinito da saudade
Onde irá se perder eternamente!
Ciro di Verbena